Relações entre política e
Olimpíadas
Objetivos
- Refletir sobre o contexto histórico que envolve a realização dos Jogos Olímpicos em um determinado país;
- Desenvolver um olhar mais crítico sobre este evento esportivo;
- Entender as Olimpíadas como um espaço político de grande visibilidade.
Conteúdos
- Jogos Olímpicos modernos;
- Manifestações políticas.
Anos
Ensino Médio
Tempo estimado
4 aulas
Material necessário
- Cópias da reportagem "Um conto de duas cidades" (edição especial Veja Olímpiada 2012, julho-12)
- Computadores com acesso à internet ou celulares.
- Projetor de vídeos

- Leia
mais: Olimpíadas Londres 2012
- Leia
mais: Conquista de medalhas, questão para resolver com equações
Flexibilização
Para alunos com deficiência intelectual
Para ampliar o tema da aula aos alunos com deficiência intelectual, a sugestão é exibir o documentário Olympia, que mostra a perspectiva nazista dos Jogos Olimpícos de 1936. Comente a sequência de imagens - especialmente a reação de Hitler à vitória do atleta negro americano Jesse Owens - e proponha um debate sobre as questões políticas abordadas no filme.
Desenvolvimento
Aula 1
Começa a aula questionando os estudantes:
- O que você acha das Olimpíadas?
- Para que servem os jogos?
- Por que os países desejam ganhar?
Em seguida fazer um panorama histórico do evento. Diger que quando os jogos olímpicos foram criados, na Grécia Antiga, tinham um caráter pacífico e representavam a trégua e a união cultural das cidades estado gregas, politicamente divididas.
Os jogos retornaram no século 19 a partir da iniciativa de Pierre Frédy, o barão de Coubertin, que em 1984 criou o Comitê Olímpico Internacional (COI) e organizou dois anos depois os primeiros Jogos Olímpicos modernos.
Trazer para a discussão as manifestações nacionalistas realizadas em algumas Olimpíadas. Destaque os Jogos de Berlim, em 1936. Conte aos alunos como foram usados politicamente pelo governo nazista que queria passar uma imagem grandiosa e pacífica de si mesmo, por isso proibiu as já comuns manifestações antissemitas e tirou de circulação o jornal "Der Stümer", famoso por estimular a perseguição aos judeus. Para compreender melhor o episódio, distribua cópias do texto abaixo e faça uma leitura coletiva com a turma:
O que explicar para a
turma?
Os Jogos Olímpicos na cidade alemã de Berlim, em 1936, são lembrados pelo afã de Hitler em provar e impor sua teoria de superioridade da raça ariana. No entanto, o herói olímpico mais popular desta edição foi o atleta negro Jesse Owens.
Berlim oficializou sua candidatura para sediar os jogos em 1932, um ano antes da chegada de Adolf Hitler ao poder, e obteve esse direito conseguindo 20 votos a mais que Barcelona.
Já instalado no poder, o departamento de propaganda do partido Nacional-Socialista (Nazista) rapidamente se deu conta da enorme força do esporte e dos jogos olímpicos na orientação - e neste caso manipulação - da juventude e das massas. Logo, não teve dúvidas em aproveitar a ocasião, utilizando o evento como vitrine para uma concepção político-ideológica.
Não querendo fazer parte do jogo de manipulação fascista de Hitler, Inglaterra, França e Estados Unidos pressionaram o COI para que a Alemanha garantisse a segurança dos participantes e evitasse a segregação racial. Em Berlim 1936, a vaidade não encontrou limites na megalomania nazista. Ademais, não economizaram e investiram mais de US$ 30 milhões na organização, construindo também um novo estádio com capacidade para 110 mil espectadores, diversas instalações para abrigar as competições e uma Vila Olímpica de luxo, rodeada de lagos e bosques a tão somente 10km de Berlim.
Devemos reconhecer que a máquina propagandista do nazismo alemão converteu os jogos de Berlim nos melhores da história até o momento, já que Hitlher ordenou que tudo saísse à perfeição do ponto de vista técnico e também esportivo, com nível muito elevado em quase todas as provas. Como parte das inovações, destaca-se nesta olimpíada a transmissão das competições mais importantes pela televisão. Vinte e cinco telas gigantes foram posicionadas em diferentes espaços públicos de Berlim, para que o povo alemão pudesse assistir aos jogos. O aspecto comercial também foi um êxito nesta edição; foram comercializados quatro milhões de ingressos durante a olimpíada.
A chama sagrada chegou pela primeira vez desde Olimpia, na Grécia, e para percorrer os 3.076km foi necessária a ajuda de 3.300 pessoas no revezamento. A cerimônia inaugural foi solene mas simples, uma ponte entre o estilo grego clássico e o rigor alemão. As competições se desenvolveram novamente ao longo de suas semanas, entre 1º e 16 de agosto, e a presença dos atletas foi numerosa: 4.066 esportistas, dos quais 328 eram mulheres, representando um total de 49 países. O programa incluía 19 esportes. Nesta edição foram incorporados o basquete e o handebol. O pólo apareceu como esporte olímpico pela última vez.
Nas competições, a Finlândia voltou a brilhar nas corridas de longa distância; os escandinavos levaram as três medalhas na final dos 10.000m e o ouro e prata nos 5.000m, enquanto os americanos conseguiam as três medalhas no decatlo.
Os alemães dominaram os arremessos e lançamentos: Hans Woelke bateu o recorde olímpico em arremesso de peso com 16,20m. No lançamento de martelo ganhou Karl Hein, e no dardo o primeiro lugar ficou para Gerhard Stock. Na ginástica com aparelhos, a equipe alemã obteve o ouro. Ressalta-se que a Alemanha não ganhou uma prova sequer nos jogos anteriores. Os triunfos foram justificados pelos nazistas como um atestado do progresso esportivo da juventude, parte do programa de Hitler para o novo Reich.
Jesse Owens: tetracampeão olímpicoAntes do início dos jogos, existiam ressalvas por parte de alguns países no que diz respeito à discriminação de seus atletas não-brancos por parte do regime nazista. Receios que tristemente se confirmaram, com apelidos depreciativos dados aos atletas negros norte-americanos em jornais alemães, por exemplo.
Em Berlim 1936 foi escrita uma das páginas mais brilhantes do movimento olímpico como integrador e de reconhecimento à igualdade de todos os seres humanos. Jesse Owens, um corredor de raça negra dos EUA proveniente da Universidade de Ohio, bateu o recorde mundial nas semifinais dos 100m, com 10"02, diante da complacência de Hitler. Esta ocasião significou uma primeira chamada de atenção para o governante alemão e suas desafortunadas teorias sobre a inferioridade das raças não-arianas, que pelo menos nas pistas não foram cumpridas.
Owens passaria à história como um dos melhores atletas de todos os tempos, graças à performance nestes jogos: ganhou o ouro nos 100m, 200m, salto à distância e no revezamento 4x100m. Bateu ou igualou no mesmo dia, em um espaço de 100 minutos, cinco marcas mundiais diante do olhar incrédulo do Führer, que se negou a premiar o atleta norte-americano, abandonando o estádio.
(Texto original publicado no Portal Terra)
Após a leitura, comparar o exemplo de Berlim com as
Olimpíadas de 2008, em Pequim, quando o autoritário governo chinês não mediu
esforços para mostrar sua grandiosidade e poder como mostra o vídeo
da cerimônia de abertura do evento.
Contar também o caso do atleta coreano Sohn Kee-Chung, que em 1936 participou das Olimpíadas representando o Japão, que ocupava militarmente seu país. Em entrevistas na época, o atleta sempre deixou claro que era coreano e que havia sido forçado a competir sob as cores japonesas, ressaltando o imperialismo japonês sobre a Coréia. Mais de 50 anos depois, nos Jogos de Seul (1988), Kee-Chung foi escolhido para entrar no estádio olímpico com a tocha, emocionando a população de seu verdadeiro país.
Aula 2
Iniciar com uma breve revisão do que já foi abordado. Apesar dos exemplos citados na aula anterior, a história do evento não foi marcada apenas por atos políticos de governos autoritários. Em 1972, durante as Olimpíadas de Munique, o grupo palestino Setembro Negro cometeu um ataque contra atletas israelenses. Naquele momento, israelenses e palestinos estavam em conflito e Israel se consolidava como potência geopolítica do Oriente Médio.
Em seguida, abordar outro caso emblemático de utilização do espaço dos Jogos Olímpicos para reivindicações de uma causa: o protesto de dois atletas norte-americanos contra a segregação racial em seu país, nas Olimpíadas da Cidade do México (1968). Apresente aos alunos o contexto de fins da década de 1960, particularmente a luta por direitos civis nos Estados Unidos do período, e exiba o vídeo mostrando a atitude dos corredores Tommie Smith e John Carlos, após competição de atletismo nos Jogos de 1968.
Encerrando esse momento, debata com a ameaça de greve durante as Olimpíadas de Londres feita pelos ferroviários ingleses. Cite o contexto mundial atual, ressaltando o quanto uma crise econômica pode afetar um evento como as Olimpíadas. Para isso, utilize a reportagem da revista Veja "Um conto de duas cidades", comparando as diferentes realidades vividas pela Inglaterra nas três ocasiões em que sediou os Jogos Olímpicos.
Aula 3
Retomar o conteúdo das aulas anteriores e em seguida divida a sala em dois grupos. Leve-os até a sala de informática e peça que pesquisem a organização das Olimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro. Instrua o grupo 1 a buscar notícias sobre as obras realizadas, a geração de empregos e outras possíveis transformações positivas na cidade-sede. Já o grupo 2 deve procurar críticas à organização dos Jogos Olímpicos no Brasil, relativas, por exemplo, aos altos gastos públicos que poderiam ser aplicados na resolução de problemas sociais. Em seguida, retorne com os alunos à sala de aula e peça que apresentem o que encontraram. Medie e estimule o debate entre as partes. Peça que os estudantes produzam para a próxima aula um texto com as possíveis ações do governo brasileiro para fazer das Olimpíadas um evento que traga bons frutos à sociedade.
Aula 4
Reserve tempo na aula para que os alunos exponham suas propostas. A turma deverá discutir conjuntamente a viabilidade da execução de cada uma delas. Peça também que questionem as ações do governo brasileiro para estimular o patriotismo e quais os protestos e manifestações que podem ocorrer em 2016 no Rio de Janeiro.
Avaliação
Analisar se os alunos compreenderam que as Olimpíadas não são apenas competições esportivas que acontecem simultaneamente. Desde sua criação, o evento tem um aspecto político e é pano de fundo para manifestações que revelam o contexto mundial, como aconteceu com o nazismo, o preconceito racial e as crises econômicas. Esta percepção deve aparecer nas discussões em sala e na atividade final, quando os alunos deverão propor as discussões políticas que serão marcantes na edição que ocorrerá em breve no Brasil.
Contar também o caso do atleta coreano Sohn Kee-Chung, que em 1936 participou das Olimpíadas representando o Japão, que ocupava militarmente seu país. Em entrevistas na época, o atleta sempre deixou claro que era coreano e que havia sido forçado a competir sob as cores japonesas, ressaltando o imperialismo japonês sobre a Coréia. Mais de 50 anos depois, nos Jogos de Seul (1988), Kee-Chung foi escolhido para entrar no estádio olímpico com a tocha, emocionando a população de seu verdadeiro país.
Aula 2
Iniciar com uma breve revisão do que já foi abordado. Apesar dos exemplos citados na aula anterior, a história do evento não foi marcada apenas por atos políticos de governos autoritários. Em 1972, durante as Olimpíadas de Munique, o grupo palestino Setembro Negro cometeu um ataque contra atletas israelenses. Naquele momento, israelenses e palestinos estavam em conflito e Israel se consolidava como potência geopolítica do Oriente Médio.
Em seguida, abordar outro caso emblemático de utilização do espaço dos Jogos Olímpicos para reivindicações de uma causa: o protesto de dois atletas norte-americanos contra a segregação racial em seu país, nas Olimpíadas da Cidade do México (1968). Apresente aos alunos o contexto de fins da década de 1960, particularmente a luta por direitos civis nos Estados Unidos do período, e exiba o vídeo mostrando a atitude dos corredores Tommie Smith e John Carlos, após competição de atletismo nos Jogos de 1968.
Encerrando esse momento, debata com a ameaça de greve durante as Olimpíadas de Londres feita pelos ferroviários ingleses. Cite o contexto mundial atual, ressaltando o quanto uma crise econômica pode afetar um evento como as Olimpíadas. Para isso, utilize a reportagem da revista Veja "Um conto de duas cidades", comparando as diferentes realidades vividas pela Inglaterra nas três ocasiões em que sediou os Jogos Olímpicos.
Aula 3
Retomar o conteúdo das aulas anteriores e em seguida divida a sala em dois grupos. Leve-os até a sala de informática e peça que pesquisem a organização das Olimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro. Instrua o grupo 1 a buscar notícias sobre as obras realizadas, a geração de empregos e outras possíveis transformações positivas na cidade-sede. Já o grupo 2 deve procurar críticas à organização dos Jogos Olímpicos no Brasil, relativas, por exemplo, aos altos gastos públicos que poderiam ser aplicados na resolução de problemas sociais. Em seguida, retorne com os alunos à sala de aula e peça que apresentem o que encontraram. Medie e estimule o debate entre as partes. Peça que os estudantes produzam para a próxima aula um texto com as possíveis ações do governo brasileiro para fazer das Olimpíadas um evento que traga bons frutos à sociedade.
Aula 4
Reserve tempo na aula para que os alunos exponham suas propostas. A turma deverá discutir conjuntamente a viabilidade da execução de cada uma delas. Peça também que questionem as ações do governo brasileiro para estimular o patriotismo e quais os protestos e manifestações que podem ocorrer em 2016 no Rio de Janeiro.
Avaliação
Analisar se os alunos compreenderam que as Olimpíadas não são apenas competições esportivas que acontecem simultaneamente. Desde sua criação, o evento tem um aspecto político e é pano de fundo para manifestações que revelam o contexto mundial, como aconteceu com o nazismo, o preconceito racial e as crises econômicas. Esta percepção deve aparecer nas discussões em sala e na atividade final, quando os alunos deverão propor as discussões políticas que serão marcantes na edição que ocorrerá em breve no Brasil.